Conheça melhor:
Gisela João
(N. 6 novembro, 1983)Gisela João nasceu e cresceu em Barcelos, viveu seis anos no Porto e chegou a Lisboa há dois para fazer História.
Sendo a mais velha de 7 irmãos, de uma família ligada pelo trabalho à indústria têxtil, teve, ainda criança, o primeiro contacto com o Fado através da rádio e começou logo a cantá-lo. Primeiro para a família, depois para os amigos e vizinhos e finalmente em concursos locais.
Quis estudar design de moda, mudou-se para o Porto e acabou no circuito boémio da Invicta, a cantar numa casa de Fados da Ribeira.
Finalmente o canto impôs a sua vontade e levou-a para Lisboa.
Numa pequena casa “emprestada” na Mouraria debateu-se com o peso imenso da solidão, pensou várias vezes em desistir, mas resistiu. Conquistou o Sr. Vinho, a Tasca da Bela, a Mesa de Frades primeiro, para depois encher a Fábrica do Braço de Prata, o Lux (primeiro num set do mago do pós-Dubstep, Nicolas Jaar e depois em nome próprio, a convite de Manuel Reis), e, mais recentemente, uma pequena legião de fãs esgotou o Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém duas semanas antes do espectáculo. A sua voz grave e poderosa, a forma como se entrega às palavras, como permite que dominem a sua prestação, mostram que não é apenas mais uma. E Camané proclama-a a grande aposta do momento.
Chegara a hora de gravar o seu primeiro disco, esse grande desafio. Encontrou em Frederico Pereira o cúmplice ideal e depois de ultrapassarem a difícil tarefa de escolher repertório – Gisela queria gravar mais de cinquenta canções, entre Fado e Música Popular – iniciaram as gravações. Estávamos em Fevereiro de 2013, no Palácio Marquês de Pombal, certos do caminho que havia para percorrer mas longe de prever o que iria acontecer.
O disco de estreia de Gisela João é um marco na História do Fado contemporâneo. Sem desvios nem artifícios, parte duma formação tradicional e mergulha na sua génese, reencontra a sua autenticidade, questiona os seus excessos e maneirismos, para se tornar genuíno como nunca e apontar o seu futuro.
Após o concerto de apresentação no Centro Cultural de Belém, electrizou inúmeros palcos de Norte a Sul do País. Rapidamente foi convidada para se apresentar nos mais variados palcos internacionais, como em Ghent, Copenhaga, Madrid, Nova Iorque, Mérida, Manchester, Paris, Marselha, Rio de Janeiro, Bruxelas, Londres, etc.
Neste interminável (e imparável) trajecto, ficam na memória as actuações nos Coliseus de Lisboa e Porto, o ciclo de espectáculos “Caixinha de Música”, no Teatro São Luiz, onde Gisela camaleónica assumiu e interpretou temas de Nick Cave, Violeta Parra, Amy Winehouse, Leonard Cohen, divas e crooners, poetas celebrados do nosso imaginário colectivo.
E sem esquecer, obviamente, os galardões de Ouro e Platina conquistados pelo seu disco de estreia, juntamente com o Prémio Revelação na VIII Gala dos Prémios Amália, o Prémio de Mulher do Ano 2015 na Gala GQ Men Of The Year Awards 2015 e com o Globo de Ouro para Melhor Intérprete Individual, prémio que lhe foi agraciado na XIX Gala dos Globos de Ouro.
A 11 de Novembro de 2016 estreou um novo álbum, com o nome “Nua”, cantando letras de artistas de diferentes áreas musicais como Capicua e Cartola. Em Dezembro de 2018, a convite do Centro Cultural de Belém, apresenta-se em palco com o espectáculo "Uma Noite de Natal", interpretando canções do cancioneiro americano.
Gravado entre Lisboa e Barcelona, em "AuRora" (2021), o seu terceiro álbum, Gisela assume-se como letrista e compositora e "canta não apenas como esperamos que cante mas para lá de tudo o que lhe ouvimos cantar até hoje".
Fonte:
HM Música
Gisela João, s/d
Gisela João, Museu do Fado, Foto de José Frade, 2010
Gisela João, Museu do Fado, Foto de José Frade, 2010
Gisela João, Foto de Sophia Vieira, s/d
Gisela João, s/d
Gisela João, Foto de Estelle Valente, 2013
Gisela João, CCB, Foto de José Frade, 2013
Gisela João, CCB, Foto de José Frade, 2013
Gisela João, Foto de Estelle Valente, 2016
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Meu Amigo Está Longe Gisela João (José Carlos Ary dos Santos / Alain Oulman)