Exposição permanente

 
A exposição permanente do Museu do Fado é um tributo ao Fado e aos seus cultores, divulgando o seu historial a partir da Lisboa oitocentista.
 
 
O circuito museológico desenhou-se em função da necessidade de integração de renovados conteúdos temáticos, desde o espólio museológico incorporado recentemente, passando pelas construções teóricas sobre o fado que os projectos de investigação tutelados pelo Museu têm trazido a lume, ou as próprias informações constantes do arquivo da instituição que, à data de abertura do Museu, quer por contingências de espaço, quer pela própria evolução recente da canção urbana de Lisboa - e dos estudos entretanto desenvolvidos sobre a mesma - não se concretizaram.

No intuito de incrementar significativamente a qualidade e a quantidade de informação prestada ao visitante, permitindo a sua constante actualização e renovação, o discurso museográfico contemplou uma componente multimédia interactiva, suscitando uma leitura multidisciplinar sobre esta prática performativa, viva e dinâmica, estruturada, ontem como hoje, em torno do diálogo sistemático entre as tradições do passado, evoluções tecnológicas e processos de mediatização e as abordagens das novas gerações.

Ao longo do percurso museológico, o visitante é convidado a conhecer a história do fado desde a sua génese, no século XIX, até à actualidade, os principais percursos de mediatização da canção urbana, o teatro, a rádio, o cinema e a televisão - o historial e evolução técnica da guitarra portuguesa, os ambientes das casas de fado, bem como o percurso biográfico e artístico de dezenas de personalidades do universo fadista.

Para além de documentar o percurso biográfico dos artistas que construíram e constroem, ainda hoje, a história do fado, a exposição reflecte também a relação da sociedade portuguesa com o fado, através de um importante acervo de artes plásticas.


Em exposição o visitante poderá observar a emblemática obra O Fado de José Malhoa (1910) temporariamente cedido pelo Museu da Cidade, o tríptico O Marinheiro de Constantino Fernandes (1913) cedido pelo Museu do Chiado/IMC ou ainda a obra O Mais Português dos Quadros a Òleo de João Vieira (2005) a par de inúmeros testemunhos do universo fadista: instrumentos musicais, repertórios, periódicos especializados, partituras, troféus, trajes, etc.


Também às tecnologias mais adequadas à audição musical consagrámos particular atenção no desenvolvimento do presente projecto, no sentido de incrementar as condições de audição e fruição cultural dos diferentes fados, ao longo do circuito museológico, pelos visitantes do Museu. Neste sentido, a utilização de um sistema de guias audio, num espaço de exposição relativamente exíguo prende-se desde logo com a necessidade de dotar o Museu dos instrumentos capazes de o fazer cumprir a sua função interpretativa, conferindo ao visitante a possibilidade de conhecer o universo do fado de acordo com os seus interesses e vontades, sem constrangimentos de tempo e de pressão por parte de outros visitantes ou grupos.

Paralelamente, os postos de consulta interactiva que agora se disponibilizam, ao longo do percurso museológico, facultando a consulta dos acervos documentais ou de biografias de intérpretes, músicos, autores e compositores, com audição e visionamento de videogramas, serão alvo de actualização sistemática.

 

O Fado, 1910, José Malhoa

Casa da Mariquinhas, Alfredo Duarte (Marceneiro) e O Marinheiro, 1913, Constantino Fernandes