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Maria da Fé
(N. 25 maio, 1942)Maria da Fé, de seu nome Maria da Conceição da Costa Marques Refachinho Gordo, nasceu na cidade do Porto a 25 de Maio de 1942.
Somando mais de seis décadas de intensa actividade artística, consensualmente aclamada pelo público e pela crítica, Maria da Fé transformou-se numa das mais importantes figuras da história do Fado. Do seu vastíssimo legado fazem parte inúmeros temas que se enraizaram no nosso imaginário colectivo e o seu nome constitui uma referência central para as mais jovens gerações de intérpretes.
Cedo se notabilizou pelas suas capacidades interpretativas singulares, destacando-se nos palcos do Teatro, nas grandes salas de concerto e nas casas de fado, onde foi sempre profundamente acarinhada pelos seus pares e pelo público.
Ao longo de um percurso extraordinário, Maria da Fé somou atuações no teatro, no cinema e na televisão, apresentando-se em concertos, ao longo de décadas sucessivas, nos grandes palcos do mundo.
Em 1961 mudava-se para Lisboa, passando a integrar o elenco da Adega Machado. Por esta época e por sugestão do fadista Raúl Dias, adotava o nome artístico de Maria da Fé. Ao cantar na Parreirinha de Alfama recebia o primeiro convite para uma pequena temporada num espetáculo do Casino Estoril, dando início a uma muito bem-sucedida biografia artística, com inúmeras actuações em casas de fado, emissões televisivas, na Emissora Nacional e nas grandes salas de concerto. Com apenas vinte anos de idade, gravava os grandes êxitos Valeu a Pena e Primeiro Amor.
Desde então, as gravações discográficas sucedem-se e os êxitos multiplicam-se.
Integrando, desde a abertura, o elenco do prestigiado Café Luso, nos alvores da década de 1960 apresentava o inovador projeto Pop Fado. Em 1969 brilhava no Grande Prémio TV da Canção Portuguesa com o tema Vento do Norte e estreava-se nos palcos do teatro de revista com a peça Elas É Que Sabem, no Teatro ABC.
Em 1975 fundava com o marido, José Luís Gordo, a emblemática casa de fados Senhor Vinho, por onde passaram grandes artistas como Aldina Duarte, Ana Moura, António Zambujo, Camané, Duarte, Francisco Salvação Barreto, Gisela João, Jorge Fernando, Mariza, Sara Paixão, entre muitos outros.
Em 1984 Maria da Fé participa no filme To Catch a King, realizado por Clive Donner e protagonizado por Robert Wagner, onde interpreta dois fados: Cantarei Até Que a Voz Me Doa e Portugal, Meu Amor.
Profundamente acarinhada pelos seus pares, Maria da Fé fez do Senhor Vinho, ao longo de décadas, o palco privilegiado para a formação de inúmeros intérpretes e músicos que nela vêm uma referência absoluta.
Ao longo da sua vastíssima carreira, Maria da Fé atuou regularmente no Brasil, nos Estados Unidos da América, em Angola, Guiné e Moçambique, na Austrália, e em França, Itália e Bélgica, entre muitos outros países.
Ao longo dos anos, a sua arte foi amplamente reconhecida em inúmeros prémios e condecorações.
A celebração dos 40 anos de carreira decorreu no Teatro S. Luiz, em Lisboa, palco da apresentação de um álbum de originais intitulado Divino Fado. O Ministério da Cultura distingue-a com a Medalha de Mérito Cultural, por uma carreira extraordinária e, recebe também a Cruz de Mérito da Cruz Vermelha Portuguesa e a Medalha de Ouro da Cidade do Porto.
Em 2006 era agraciada pela Fundação Amália Rodrigues com o Prémio de Melhor Intérprete Feminina.
Em 2009 o Coliseu dos Recreios enche-se para celebrar os seus 50 anos de carreira. Recebe, nessa data, a Medalha Municipal Grau Ouro da Cidade de Lisboa e uma distinção da Sociedade Portuguesa de Autores.
A 7 de junho de 2013, foi agraciada com o grau de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, Prof. Aníbal Cavaco Silva.
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Até Que a Voz Me Doa Maria da Fé (José Luís Gordo / Fontes Rocha)