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João Ferreira Rosa
(N. 16 fevereiro, 1937 - M. 24 setembro, 2017)Figura central do universo do Fado tradicional, autor e intérprete de uma obra singular no panorama musical português, personalidade forte, monárquico convicto, João Ferreira Rosa é autor de um legado de enorme relevância na música tradicional portuguesa.
No seu repertório reencontramos os grandes temas da cultura tradicional portuguesa, num imaginário pontuado pelo amor, a saudade, a nostalgia de tempos idos, e toda a liturgia das festividades populares num inventário onde desfilam romarias, procissões, touradas ou arraiais.
Autor e intérprete, celebrizou-se com o tema Fado do Embuçado,incluído no seu primeiro EP editado em 1961, ano em que se estreou na rádio no programa Nova Onda da Emissora Nacional ao lado de artistas como Mercês da Cunha Rego, Teresa Tarouca ou Hermano da Câmara.
Figura central do universo do Fado tradicional, João Ferreira-Rosa preferiu sempre o estatuto de amador.Mais adepto do Fado espontâneo do que do trabalho de estúdio ou de palco, entre a tertúlia e o grande palco, preferiu sempre o convívio com os amigos.
Em 1966 inaugurava a carismática Taverna do Embuçado, em Alfama, casa de fados por onde passaram distintas gerações de intérpretes e músicos, espaço de importância central na história do Fado, durante várias décadas.
Ainda na década de 1960 adquiriu o Palácio Pintéus no concelho de Loures, onde viria a promover distintos eventos de Fado, como as actuações para a RTP de Alfredo Marceneiro, Maria do Rosário Bettencourt, João Braga ou José Pracana, concertos e tertúlias. Ali gravou o seu discoOntem e Hoje, editado em 1996 e reconhecido consensualmente pela crítica como um expoente do seu legado discográfico.
Em 2012 a Câmara Municipal de Lisboa atribuiu-lhe a Medalha de Mérito Cultural.