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Filipe Pinto
(N. 2 maio, 1905 - M. 7 fevereiro, 1968)Filipe Pinto, cujo nome completo era Filipe de Almeida Pinto, nasceu em Lisboa, nos Barbadinhos, freguesia de Santa Engrácia, em 2 de Maio de 1905. Era filho de Henrique de Almeida Pinto e de Maria da Silva.
Como o próprio confessou: "era nos Barbadinhos que, ao tempo, deitavam o pregão dos seus Fados o Rosa Sapateiro, de saudosa memória, e os irmãos Vilanova ou o Aguiar Batata, ainda vivos, felizmente" ( cf. “Guitarra de Portugal 18 Junho 1932).
Exerceu a profissão de Operário Litógrafo e começou a cantar o fado com quinze anos de idade, como ele próprio afirma em entrevista inserida na primeira página da “Guitarra de Portugal” de 18 de Junho de 1932:
"Há dez anos era hábito no meu sítio realizarem-se, pelas Sociedades de Recreio, frequentes concílios poéticos, em benefício de necessitados. Pontificava o Bringuel, cantador de primeira plana; ouvi-lo cantar, era para mim um salutar prazer. Comecei nesta época ensaiando os meus primeiros vôos. Pouco tempo depois (1922) cantava nos “Sempre Unidos”, à Rua Vale de Santo António, e num pequeno grémio da minha vizinhança, aonde ia outro grande cantador, o Joaquim Campos, a quem devo o início da minha vida de cantador". (cf. Guitarra de Portugal de 18 de Junho de 1932)
Em Maio de 1927, Filipe Pinto, adquire o cartão artístico e destaca-se como uma das figuras mais apreciadas pelo público, dotado, não só de uma excelente voz, como de uma presença muito marcante.
Manteve uma ligação sentimental com a jovem cantadeira Cecília de Almeida, que vivia na Rua do Norte, ao bairro Alto, a célebre «Cotovia do Bairro Alto», e que viria a falecer no dia 1 de Fevereiro de 1932.
Fez parte da “Companhia Típica Portuguesa da Embaixada do Fado” que se deslocou ao Brasil, tendo partido em Agosto de 1934. Este grupo, dirigido por Alberto Reis, que incluía também as presenças de Maria do Carmo e Maria do Carmo Torres, Branca Saldanha, Joaquim Pimentel, Armandinho (guitarra) e Santos Moreira (viola). (Cf. Guitarra de Portugal de 21 de Agosto de 1934). Posteriormente, em Junho de 1935 estariam presentes em Buenos Aires.
De regresso passou pelo “Salão Artístico de Fados”, e pela “Cervejaria Vitória”, colaborou em inúmeros programas de Emissora Nacional, mantendo-se no elenco do “Café Mondego”, “”Retiro da Severa”, e “Solar da Alegria”, de que foi director artístico em finais da década de trinta e onde, anos antes, havia ganho uma medalha de ouro num concurso de Fado Corrido, onde foi agraciado por uma enorme ovação.
Continuou o seu percurso de actuação em várias casas de Fado, designadamente, no “Luso”, na “Adega Mesquita”, na “Márcia Condessa”, na “Toca”, na “Viela”, na “Mãe Preta”, no “Canto do Camões”, entre outras.
Em 1945 era referenciado como “fadista de carreira brilhante, profissional com “fúria de amador, sempre presente onde o Fado se apresenta…”. Saliente-se que, Filipe Pinto, se tornou numa das figuras mais influentes no meio, conciliando também a actividade de gerente artístico (“Café Monumental” (1945) e “Café Luso” (1946)), que lhe proporcionou a descoberta e divulgação de novos talentos, bem como a organização de festas de homenagem, como a realizada em Janeiro de 1948, no Café Luso, e que distinguiu Alfredo Marceneiro como Rei do Fado.
Pela forma peculiar de como se vestia, Filipe Pinto ficou conhecido pelo " Marialva do Fado ".
Em 29 de Novembro de 1962 é alvo de uma Homenagem no antigo Cinema Tivoli, com a participação, entre outros artistas, de Alfredo Marceneiro, Fernando Farinha, Max, Artur Ribeiro, Ilídio dos Santos, Lucília do Carmo, Martinho D´Assunção, entre outros.
Faleceu em Lisboa corria o ano de 1968.
Fonte:
“Guitarra de Portugal”, 18 de Junho de 1932;
“Canção do Sul”, 01 de Setembro de 1940;
“Guitarra de Portugal”, 01 de Novembro de 1945;
Machado, A. Victor (1937), “Ídolos do Fado”, Lisboa, Tipografia Gonçalves;
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Minha Mãe Foi Cigarreira Filipe Pinto (D.R. / Fado Meia Noite estilo Filipe Pinto)