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Custódio Castelo
(N. 23 dezembro, 1966)Custódio Azevedo Fidalgo do Castelo nasce em Almeirim a 23 de Dezembro de 1966. Com apenas 7 anos constrói um instrumento musical, mas é aos 13 que começa a tocar guitarra, primeiro acústica e depois eléctrica, integrando alguns conjuntos de música popular portuguesa e bandas rock.
Através da discografia de Amália Rodrigues descobre a sonoridade da guitarra portuguesa e passa a ser este o instrumento da sua eleição. É na sua terra natal que começa por ter aulas de guitarra portuguesa com Lionel Menderico e, mais tarde, desenvolve com Raimundo Seixas o estudo do repertório tradicional de fados e guitarradas.
O seu talento interpretativo granjeia-lhe rápido reconhecimento entre os mais exigentes e, como tal, Custódio Castelo é convidado a acompanhar muitos dos grandes nomes do fado tradicional, caso de Vicente da Câmara, Manuel de Almeida, Fernando Farinha ou Cidália Moreira, entre outros.
Custódio Castelo faz a sua estreia em trabalhos discográficos em 1986, quando é convidado por Jorge Fernando para gravar o seu álbum de estreia, de título “Enamorado”. Desta forma iniciaram uma parceria de gravação e produção discográfica que se mantém até à actualidade.
Acompanha instrumentalmente Nuno da Câmara Pereira durante 4 anos, e grava com ele, em 1995, o disco “Só à Noitinha” (EMI), integrando a sua guitarra portuguesa na Orquestra Sinfónica da Lituânia.
O ano de 1998 é de especial projecção para o guitarrista, com as edições dos discos “Na Linha da Vida” (EMI), de Camané, e “Garras dos Sentidos” (Erato), de Mísia, e também as consequentes digressões acompanhando as apresentações dos discos. Custódio Castelo torna-se o principal acompanhador de Mísia durante dois anos e, na sequência do lançamento do CD de Camané, realiza uma tournée com este fadista e com Carlos do Carmo.
Ainda no decorrer desse ano apresenta o seu projecto a solo no “Festival de Guitarra Portuguesa”, organizado por Pedro Caldeira Cabral para o palco da EXPO’98. A partir desse espectáculo Maria Bethânia convida-o para a acompanhar em vários concertos.
Custódio Castelo torna-se, também nesse ano, mentor do projecto Cristina Branco, construindo com a fadista “um fado com as fronteiras mal definidas, que ora se aproxima da tradição ora se afasta irremediavelmente, sobretudo por abrir espaço para uma complexidade melódica e instrumental, que parece indispensável ao génio de Custódio Castelo.”
Os discos “Live in Holland” (edição de autor, 1997), “Murmúrios” (Music & Words, 1998), “Post Scriptum” (L’ Empreintdigitale-Harmonia Mundo, 1999), “O Descobridor” (Universal, 2000), “Corpo Iluminado” (Universal, 2001), “Sensus” (Universal, 2003) e “Ulisses” (Universal, 2005), de Cristina Branco, onde Custódio Castelo é compositor, produtor, arranjador e executante, permitiram-lhe conquistar “o reconhecimento mundial pela sua inovadora e arrojada forma de conceber musica, pela maneira de certa forma irreverente como aborda os temas, como recria novos ambientes para os fados ditos tradicionais e pela fusão da guitarra portuguesa com outras sonoridades”.
O sucesso desta associação musical com Cristina Branco está bem patente nos prémios conquistados: o prémio "Choc de L´Année du Monde de la Musique", na categoria de World Music, atribuído em 1998 ao disco “Murmúrios” e, no ano seguinte a “Post Scriptum”. O “Descobridor” foi disco de platina na Holanda e o “Corpo Iluminado” foi disco de ouro tanto na Holanda como na Bélgica.
A mestria das suas interpretações e a qualidade das suas composições para guitarra portuguesa permitiram-lhe conquistar o palco, como solista, em concertos um pouco por todo o mundo, com destaque para o Festival de Belo Horizonte, no Brazil, o World Music Festival of Philadelpia, nos Estados Unidos, o International Festival de Rabat, em Marrocos, o North Sea Jazz Festival, em Haia ou o Festival du Sud, em França.
Custódio Castelo também se tem apresentado em inúmeros espectáculos com intérpretes de outras áreas musicais, caso de Richard Galliano, Arrigo Cappelletti, André Dequech, Daniele di Bonaventura, Davide Zacaria, Ben Wolf, Leonardo Amuedo, Olga Pratz e Cármen Linares, entre muito outros.
Em 2004, perante uma inesperada cirurgia, devido a uma ruptura de ligamentos do ombro direito, Custódio Castelo temeu o fim prematuro da sua carreira como instrumentista. Apesar da grande dificuldade de execução e revelando uma enorme força de vontade, o guitarrista reuniu músicos e amigos que sempre o acompanharam (Jorge Fernando, Alexandre Silva, Fernando Maia, Marino de Freitas, Miguel Carvalhinho, Carlos Manuel Proença, Carlos Velez, Carlos Garcia, Filipe Larsen) e gravou em estúdio o seu único disco a solo – “Tempus”. Sobre este trabalho diz o próprio Custódio que Castelo que este disco é “um documento, pois reúne algumas das composições que nunca partilhei. E, num momento difícil da minha viagem como instrumentista reuni os amigos com quem cresci musicalmente para conceber o que julguei ser a minha última obra… Todos disseram sim… e a obra nasceu.”
Após uma recuperação difícil que durou alguns meses, voltou ao activo no início de 2005, participando nos trabalhos discográficos de vários fadistas. Custódio Castelo gravou com Jorge Fernando todos os seus discos de fado, e gravou e/ou produziu inúmeros trabalhos de outros artistas como foi o caso de Mariza (“Fado em Mim”, World Connection, 2001), Maria da Fé (“Divino Fado”, CNM, 2003), Gonçalo Salgueiro (“Segue a Minha Voz”, Movieplay, 2006), Raquel Tavares (“Raquel Tavares”, Movieplay, 2006), Joana Amendoeira (“Joana Amendoeira”, CNM, 2003; “À Flor da Pele”, HM Música, 2006), Ana Moura (“Para Além da Saudade”, Universal, 2007). “Também com Ana Moura e Jorge Fernando foi convidado por Tim Ries para gravar dois temas (“Brown Sugar” e “No Expectation”) no segundo volume de " The Rolling Stones Project".
Custódio Castelo é compositor, produtor discográfico e músico. Como compositor tem cerca de 200 temas registados na Sociedade Portuguesa de Autores. Como produtor discográfico desenvolve projectos próprios e com outros músicos, como verificámos acima. E, como músico, divide a sua carreira entre espectáculo a solo e o projecto “Encores”.
Marcos recentes da sua carreira a solo são o espectáculo “Sobre Camões”, levado ao palco a 21 de Outubro de 2007, uma obra criada em exclusivo para a Casa da Música, no Porto.
No seu mais recente projecto, “Encores”, Custódio Castelo alia-se à voz de Margarida Guerreiro, apresentando poemas de Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Vasco Graça Moura, David Mourão Ferreira, Eugénio de Andrade, entre outros, sobre composições de sua autoria. O projecto Encores tem já um CD editado, gravado ao vivo na Igreja da Misericórdia em Montemor-o-Novo, no ano de 2006. Tem também editados "The Art of the Portuguese Guitar" (2011), "InVentus" (2012) e "Amália Classics on Portuguese Guitar" (2020).
Fonte:
“O Mirante”, 2 de Abril de 2009;
Cabral, Pedro Caldeira (1999), “A Guitarra Portuguesa”, Amadora, Ediclube;
Halpern, Manuel (2004), “O Futuro da Saudade. O Novo Fado e os Novos Fadistas”, Lisboa, Publicações Dom Quixote;
http://encores.blogs.sapo.pt/1158.html
http://custodiocastelo.blogs.sapo.pt/
http://www.myspace.com/custodiocastelo
Custódio Castelo s/d.
Guilherme Banza, Paulo Paz e Custódio Castelo Lançamento do livro "Fadário" Museu do Fado, 2 de Dezembro de 2008
Custódio Castelo 2009
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Fado Monte Custódio Castelo/ Carlos Manuel Proença/ Marino de Freitas (Custódio Castelo)