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António Zambujo

(N. 19 setembro, 1975)

Cresceu a ouvir o cante alentejano. A harmonia das vozes, a cadência das frases e o tempo de cada andamento, foram para sempre uma influência. Nascido em Beja, em 1975, António Zambujo começou a estudar clarinete com 8 anos, estreando-se no Conservatório Regional do Baixo Alentejo.

Ainda pequeno, apaixonou-se pelo Fado e pelas vozes de Amália Rodrigues, Maria Teresa de Noronha, Alfredo Marceneiro, João Ferreira Rosa, Max entre muitos outros. Estava habituado a cantar em família e entre amigos, e aos 16 anos chegou mesmo a ganhar um concurso de fado.

Com o curso de clarinete na bagagem, ruma a Lisboa, onde Mário Pacheco, intérprete e compositor de guitarra portuguesa lhe abre a porta do conhecido Clube do Fado, no bairro de Alfama, onde passou a tocar.

Pouco depois, integra o musical Amália, dirigido por Filipe La Féria. Durante os quatro anos que o espectáculo esteve em cartaz – primeiro no Teatro Politeama, depois um pouco por todo o país –, Zambujo interpreta o papel de Francisco Cruz, o primeiro marido de Amália.

"O mesmo fado" (2002), o seu primeiro trabalho é editado pela Ocarina. As influências musicais do Alentejo são marcantes e há mesmo alguns fados compostos por si. Outros são de conhecidos poetas do universo fadista como José Luís Gordo ou Mário Raínho. Na sequência do êxito de O mesmo fado recebe o prémio de ‘Melhor Nova Voz do Fado’, já atribuído pela Rádio Nova FM a intérpretes como Mariza, Camané ou Mafalda Arnauth.

Em 2004, começa a cantar na Casa de Fado Sr. Vinho. E além dos concertos em Portugal, apresenta-se com regularidade em cidades como Toronto, Paris, Santander, Sarajevo, Zagreb.

Edita o seu segundo disco, "Por meu cante", no qual aprofunda as raízes alentejanas, recuperando temas do Cancioneiro de Beja, fundindo-as com novas tendências do fado. Para este trabalho conta com a colaboração dos músicos Paulo Parreira (guitarra portuguesa) e Ricardo Cruz (contrabaixo).

Em 2006 recebe o Prémio Amália Rodrigues (atribuído pela Fundação Amália Rodrigues) na categoria de "Melhor Intérprete Masculino de Fado" e é convidado pela Fundação Calouste Gulbenkian para o Festival Atlantic Waves, em Londres. No mesmo ano e juntamente com Carla Pires e Liana, participa na Festa do Avante, na homenagem ao compositor Alain Oulman, grande responsável por alguns dos maiores sucessos de Amália Rodrigues.

No ano seguinte, no Verão, é convidado para encerrar a "Festa do Fado" do Castelo São Jorge. E em Setembro lança o seu terceiro álbum, "Outro Sentido", com produção musical de Ricardo Cruz e a participação especial das Vozes Búlgaras Angelite. Em 2008, esse álbum é editado na Europa e nos Estados Unidos pela editora ‘Harmonia Mundi', sob a etiqueta da sua filiada ‘World Village'. Os concertos pela Europa continuam. "Outro Sentido" é considerado pela revista Songlines Top of the World Album.

Em 2010 apresenta, no Teatro Municipal São Luiz, o seu quarto disco "Guia". São interpretados originais de compositores e letristas nacionais e brasileiros tais como Vinicius de Moraes, Márcio Faraco, Pierre Aderne, Rodrigo Maranhão, Ricardo Cruz, o próprio Zambujo, João Gil, João Monge, Aldina Duarte, José Agualusa, Maria do Rosário Pedreira, Pedro Luís entre outros. A revista britânica Songlines escolhe "Guia" como Top of the World Album e pela segunda vez consecutiva, António Zambujo vê o seu trabalho distinguido por esta publicação especializada em World Music.

Figura também nas mais importantes listas nacionais e internacionais dos melhores discos de 2010:

2º Melhor disco nacional – escolhas de Nuno Pacheco – Ípsilon Publico

3º Melhor disco nacional – BLITZ

3º Melhor Álbum - http://lusotunes.blogspot.com/ - Divulgação de música Lusófona

4º Melhor disco nacional – Jornal de Letras

Os 50 discos de 2010 – Revista Mondomix – França

Top of the World Album – Songlines – Inglaterra

Melhor Álbum de 2010 – Sopa de Pedra

Em 2011, após dividir o palco do Centro Cultural do Olga Cadaval com o trompetista Laurent Filipe, segue-se uma tour pela Europa, América do Sul e América do Norte. O Verão desse ano é marcado participação nos mais importantes festivais de World Music nacionais e, em Junho, é convidado a apresentar-se na Festa do Fado, no Castelo de São Jorge. Outubro foi o mês em que Zambujo leva a sua música ao importante Tourcoming Jazz Festival, em França, para de seguida fechar o mês com a atuação no 25º Festival de Música de Macau.

Editado em Abril de 2012, «Quinto», a primeira aventura discográfica do fadista sob a chancela da Universal Music Portugal, entrou directamente para o 2º lugar do top nacional de vendas.

Resultante de um concerto ao vivo no Coliseu de Lisboa, Zambujo lança, em 2013, "Lisboa 22:38 - Ao Vivo no Coliseu" e, um ano depois "Rua da Emenda".

A sua ligação ao Brasil, resultante das suas múltiplas viagens ao país e da colaboração com os seus artistas, fá-lo lançar "Rua da Emenda (2014), já com alguma sonoridade da música brasileira e, em 2016, "Até pensei que fosse minha", um disco de homenagem a Chico Buarque.

Dois anos depois, "Do Avesso" garante-lhe o Prémio José Afonso. Segundo o júri, este disco representa "não só a continuação do percurso extremamente coerente de António Zambujo, mas também um ponto alto pela confirmação das suas qualidades interpretativas e a grande inspiração criativa que revela".

 

Fonte:

Sons em Trânsito

http://www.antoniozambujo.com/

 

António Zambujo, s/d.

António Zambujo, s/d.

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  • Noite Apressada António Zambujo (David Mourão-Ferreira / Frederico Afonso Rodrigues)