28 maio, 2016

Vicente da Câmara (1928-2016)

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O Museu do Fado lamenta informar que D. Vicente da Câmara faleceu esta manhã aos 87 anos.

Dom Vicente Maria do Carmo de Noronha da Câmara nasceu em Lisboa, no Alto de Santa Catarina, no dia 7 de Maio de 1928. 

Vicente da Câmara começou a “puxar para a fadistice” e, com 15 anos, já interpretava o fado como amador, frequentando com os amigos espaços como a Adega Mesquita, a Adega Machado ou a Adega da Lucília. Nesta altura aprende também a tocar guitarra.

Em 1948 ganha o 1º prémio num concurso da Emissora Nacional e a partir dessa data actuou num grande número de programas daquela estação, como os “Serões para Trabalhadores”, programas de estúdio e sobretudo no programa que a sua tia, Maria Teresa de Noronha, manteve naquela emissora até 1962.

Por essa altura, em 1950, assina o seu primeiro contrato discográfico, com a Valentim de Carvalho, e grava o primeiro disco, lançando os temas: "Fado das Caldas" e "Varina". Em 1961 Vicente da Câmara passa a ser contratado da editora Custódio Cardoso Pereira. É neste período que escreve "A Moda das Tranças Pretas", hoje reconhecidamente o seu maior êxito. Em 1967 celebra um contrato com a Rádio Triunfo, onde grava temas como "Guitarra Soluçante", “O Fado Antigo é Meu Amigo” e "Há Saudades Toda a Vida".

No cinema participou na "Última Pega" (1964), filme realizado por Constantino Esteves, com Leónia Mendes e Fernando Farinha. Vicente da Câmara protagoniza uma desgarrada com Fernando Farinha. Só voltará ao cinema em 2007, mas as suas participações em programas de televisão serão uma constante ao longo de toda a carreira. 

Em 2009, Vicente da Câmara festeja os seus 60 anos de carreira artística. O Teatro Tivoli é novamente o palco de comemoração da efeméride com um espectáculo onde, para além do próprio actuaram José da Câmara, Maria João Quadros, Teresa Siqueira e António Pinto Basto, entre outros. Ainda neste ano a Fundação Amália Rodrigues distinguiu-o com o “Prémio Carreira”. 

Vicente da Câmara foi uma figura ímpar do fado e da cultura portuguesa e deixa muitas saudades em todos quantos o conheceram.

Até sempre querido D. Vicente!