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Natalino Duarte
(N. 18 abril, 1935 - M. 21 fevereiro, 2002)Natalino Duarte nasceu em Lisboa, no ano de 1935. O seu talento de intérprete revelou-se muito cedo e, com apenas 9 anos, apresentou-se em público pela primeira vez.
Passados alguns anos começou a aparecer em apresentações públicas de fado, mas desta vez integrado em cegadas, peças de teatro com carácter amador que decorriam maioritariamente na rua e onde o fado era uma presença regular.
Dada a sua tendência natural para cantar fado, Natalino Duarte inscreveu-se para participar no concurso “Primavera do Fado”, em 1957. Neste concurso, organizado pelo poeta Francisco Radamanto e cujas eliminatórias decorreram no antigo Café Luso, o fadista conquistou o primeiro lugar das classificações, tornado-se nesta data fadista profissional.
O seu percurso de carreira tem início precisamente com a contratação para o elenco permanente do Café Luso, local onde permanecerá por largos anos.
Natalino Duarte foi contratado por quase todas as casas típicas de Lisboa. Por exemplo na casa de Argentina Santos, a Parreirinha de Alfama, esteve durante 10 anos. Posteriormente assumiu o cargo de director artístico das casas Pico do Areeiro, Solar da Marina e Mil e Um, acumulando a interpretação de fados com a selecção de artistas para os respectivos elencos.
A partir da década de 1980 Natalino Duarte tomou a seu cargo nova direcção artística, desta feita no Páteo Alfacinha, espaço a que se manteve dedicado quase até à data do seu falecimento.
Apesar da relação de Natalino Duarte com a televisão se ter iniciado na década de 60, integrando diversos programas e chegando a actuar em parceria com Maria Teresa de Noronha, será através do Páteo Alfacinha que o fadista ganhará alguma visibilidade pública, pela gravação de inúmeros programas da RTP nesse espaço.
A sua longa carreira desenvolveu-se sobretudo no âmbito das actuações nas casas de fado de Lisboa mas, ainda assim, Natalino Duarte efectuou algumas digressões de norte a sul de Portugal e, também, deslocações ao estrangeiro onde actuou para comunidades emigrantes dos Estados Unidos, Canadá, Holanda e Espanha.
Durante a década de 60, Natalino Duarte gravou discos para as editoras Alvorada e Marfer. De um conjunto de 14 EPs editados, a Movieplay seleccionou 18 dos seus maiores êxitos e reeditou-os em CD. Este disco, lançado em 1998 e integrado na colecção “Fados do Fado”, vem homenagear o fadista e repôr junto do grande público a oportunidade de (re)conhecer alguns dos temas de maior sucesso do fadista, casos da “Lenda da Fonte”, de autoria de Domingos da Silva, da “Morena lá do canto”, de Francisco Radamanto e Miguel Ramos, ou de “Eu gosto daquela feia”, de Albino Paiva e Júlio Proença.
A 30 de Julho de 1999, a APAF (Associação Portuguesa dos Amigos do Fado) organizou um jantar de homenagem a Natalino Duarte, no Páteo Alfacinha. Marcaram presença os fadistas Carlos do Carmo, Argentina Santos, Camané, Anita Guerreiro, Fernando Maurício, Ada de Castro, António Rocha, Lenita Gentil, Jorge Fernando e Maria da Fé, entre outros.
Natalino Duarte faleceu em Fevereiro de 2002 vítima de doença prolongada. Embora não tenha deixado muitos registos discográficos, o fadista integra-se numa geração que fez longa carreira no espaço das casas de fado de Lisboa, um ambiente naturalmente privilegiado para a interpretação do Fado.
Fonte:
Folheto de homenagem a Natalino Duarte (1999), organizado pela APAF no Páteo Alfacinha;
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Morena Lá do Canto Natalino Duarte (Francisco Radamanto / Miguel Ramos)