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Maria Manuel Cid

(N. 29 janeiro, 1922 - M. 8 junho, 1996)

Maria Manuel Frederico Seixas de Sousa Cid Guimarães Neves e Castro, poetisa, natural da Chamusca, nasceu a 29 de Janeiro de 1922 e faleceu a 08 de Junho de 1994. Era filha de Manuel José de Sousa Cid Carvão Guimarães e de Maria Adriana de Seixas.

Casou em 1941 com o seu primo em 3º grau, Vasco Cid Gragera das Neves e Castro, de quem teve quatro filhos. Nascida numa família de abastados lavradores e criadores de touros, durante a sua juventude “fugia” para casa do avô paterno, para montar a cavalo e estar perto do gado bravo e da vida do campo. Apaixonada pela escrita, cedo começou a esboçar as suas primeiras obras, apenas com doze anos de idade. Maria Manuel Cid ou D. Minela, como era conhecida, retratou como ninguém as vivências da Chamusca e das suas gentes, onde o touro e o campo foram sempre fonte de inspiração para a vasta obra que nos deixou. O seu bisavô foi proprietário de uma ganadaria que, após a sua morte, ficou à responsabilidade do seu avô e do seu tio Norberto.

Aficcionada pelo toureio a cavalo e pelo forcado, Maria Manuel Cid marcou presença constante nas praças de touros, onde o Mestre João Branco Núncio e Alberto Luís Lopes eram figuras de cartaz. Posteriormente, António Palha Ribeiro Teles foi também um dos cavaleiros que muito apreciava. Foi impulsionadora da fundação do Grupo de Forcados Amadores da Chamusca.

Durante muitos anos, foram vários os artistas que, com base em obras suas, alcançaram êxito. Teresa Tarouca, Maria da Fé, Teresa Siqueira, Carlos Zel, Nuno da Câmara Pereira, João Braga, Rodrigo, Carlos Guedes de Amorim, António Melo Correia e António Moreira da Silva foram alguns dos artistas que cantaram letras suas. Devido à sua personalidade forte e ao seu grande amor à Chamusca, Maria Manuel Cid foi convidada pelo Grupo de Forcados Amadores da Chamusca para madrinha. Nas homenagens que lhe foram feitas em 1981, no Teatro São Luiz em Lisboa, e também na Chamusca, grandes fadistas interpretaram letras suas. Em 1994 foi organizada uma corrida de touros em sua honra, a que assistiu. Na festa de fados realizada pouco depois, com muitos nomes grandes do Fado que a cantaram, já não conseguiu estar presente.

Figura emblemática do Ribatejo, são suas as obras literárias “O Meu Nome é Ninguém”, “Minha Terra, Minha Gente” e “Obras Completas de Maria Manuel Cid”.

É também autora dos temas “Cavalo Alazão”, do repertório de Carlos Guedes de Amorim; “Homem da Lezíria” e “Passeio à Mouraria”, do repertório de Teresa Tarouca; “Toca prá Unha”, do repertório de Maria do Rosário Bettencourt; “Vem Comigo Rapariga”, “Andam Bailando Sem Deus” e “A Vida Me Fez Fadista”, do repertório Carlos Mendes Pereira; “Deixaste a Vida de Outrora”, do repertório de Sancha Costa Ramos; “As Tuas Mãos, Guitarrista”, do repertório de Cristina Navarro; “Última Tourada Real”, do repertório de Rodrigo; “Ao Meu Galgo de Corrida” e “Braços da Cruz”, ambos do repertório de António Melo Correia e “Rouxinol da Caneira”, do repertório de Carlos Macedo.

O seu nome faz parte da Toponímia da Chamusca, que inclui a Rua Dona Maria Manuel Cid.