IMAGENS DO FADO NA ARTE PORTUGUESA
27 novembro, 2024 a 23 março, 2025
Patente até 23 de Março de 2025
Assinalando o aniversário da inscrição do Fado na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO (a 27 de novembro de 2011), o Museu do Fado inaugurou a exposição Imagens do Fado na Arte Portuguesa.
Curadoria: Sara Pereira
Consagrada à presença do Fado nas artes plásticas nacionais, a exposição propõe uma leitura integrada e multidisciplinar das representações do Fado na Arte Portuguesa dos séculos XIX-XXI, reunindo obras de José Malhoa – aqui representado em vários estudos para a emblemática obra O Fado - Columbano Bordalo Pinheiro, Leonel Marques Pereira, Rafael Bordalo Pinheiro, Almada Negreiros, Amadeo de Souza-Cardoso, Eduardo Viana, Dominguez Alvarez, Francis Smith, Eduardo Moura, Carlos Reis, Alfredo Roque Gameiro, Raquel Roque Gameiro, Eduardo Malta, Bernardo Marques, Stuart Carvalhais, João Abel Manta, Cândido da Costa Pinto, Leonel Moura, João Vieira e Júlio Pomar.
Ao longo da sua história, o Fado soube sempre assumir-se como um campo de criatividade, dialogando abertamente com outras artes e outros géneros performativos, populares ou eruditos. À luz da representação visual do Fado, poderemos compreender o percurso de evolução e disseminação da canção urbana de Lisboa, nos diferentes períodos cronológicos que presidiram à sua génese e implantação no segundo quartel do século XIX, em Lisboa até à sua consagração como Património Cultural Imaterial da Humanidade, em pleno século XXI.
A leitura integrada das representações do Fado na arte portuguesa convoca, inevitavelmente, uma multiplicidade de temas e de discursos, que as artes plásticas e a literatura, invariavelmente, partilharam. Atentando nos programas culturais e artísticos que presidiram à criação das obras e sua fruição por sucessivas gerações, podemos contextualizar motivações e constrangimentos de ordem social, estética, ideológica, simbólica, desvendar itinerários de resistência, acompanhar a fixação e estabilização de ícones e o seu tributo na construção simbólica de uma identidade imagética do Fado, na sua mais lata dimensão memorial.
Percorrendo múltiplas geografias simbólicas, o mosaico desta viagem construiu-se também com outros olhares sobre o Fado, plasmados nas obras oitocentistas dos viajantes estrangeiros que fixaram as práticas musicais de Lisboa na pintura de costumes, na quimera agridoce dos nossos modernistas, em visões posteriores de profunda rejeição crítica – de Cândido Costa Pinto a João Abel Manta - ou no olhar contemporâneo de João Vieira e de Júlio Pomar.
O itinerário desta viagem tem início no olhar exterior de viajantes de passagem por Lisboa, no século XVIII, e desagua no legado intemporal de Júlio Pomar, um dos grandes criadores da arte moderna e contemporânea que, durante mais de uma década, convocou o Fado para a sua obra plástica e poética.
Porque no Fado a ligação ao passado sempre foi impulso de renovação, Imagens do Fado na Arte Portuguesa é um tributo à preservação da memória do Fado enquanto expressão artística plural e sobretudo uma celebração do Fado enquanto património vivo, pleno de memória e de futuro.
Obras provenientes das colecções:
Atelier-Museu Júlio Pomar, Casa- Museu João Vieira, Centro de Arte Moderna da Gulbenkian, Fundação Amália Rodrigues, Fundação Portuguesa das Comunicações, Galeria Valbom, Museu da Cerâmica, Museu de Lisboa, Museu do Chiado | Museu Nacional de Arte Contemporânea, Museu José Malhoa, Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso, Museu do Caramulo, Museu Nacional Soares dos Reis, Museu Rafael Bordalo Pinheiro, entre outras.