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Teresa Siqueira

(N. 6 março, 1953)

Maria Teresa da Câmara de Siqueira de Carvalho Rebelo de Andrade nasceu a 6 de Março de 1953 e pertence a uma linhagem de fadistas, sendo prima de Maria Teresa de Noronha, de Vicente da Câmara e de (Frei) Hermano da Câmara.

Começou a cantar ainda jovem, em ambiente familiar, estreando-se nas lides discográficas com a participação no álbum “Uma Noite no D. Rodrigo”, de 1974, com o tema “Saudade Espuma do Mar”. Neste disco, editado pela Zip-Zip, conta-se ainda com as vozes de Carlos Zel e Rodrigo, proprietário da casa de fados que dá nome ao álbum.

Um ano mais tarde, editou o seu primeiro EP em nome próprio, “Se Não Fosse Poesia”, acompanhada pelo Conjunto de Guitarras de António Chainho. Para além do tema que dá nome ao título, da autoria de Vasco de Lima Couto, conta ainda com sucessos como “O Vento Agitou o Trigo”, “Fado da Minha Morte” e “Contradição”.

Em 1976 lançou “Estrada”, pela etiqueta Alvorada, onde todos os títulos, à excepção de “Estrada”, contam com composição de António Chainho (“Só A Morte De Passagem”, “Meu Amor Que Me Dói Tanto” e “Rouba Ao Vento A Liberdade”), firmando-se aí uma parceria que já havia começado no disco anterior.

Participou, em 1978, no programa “Fado Vadio”, apresentado por João Braga, onde cantou, a bordo de um cacilheiro, “Recado a Lisboa”, um fado com letra de João Villaret e música de Armando Rodrigues. Nesse mesmo ano, participou no disco “O Nazareno”, de Frei Hermano da Câmara.

Gravou, em 1990, “Desencontros”, com versos de Fernando Pessoa, para o álbum “Terra de Fados”, de João Braga. Nesse mesmo ano, Teresa Siqueira editou o seu único álbum de longa duração: “Fado Antigo”. Acompanhada de músicos extraordinários, como José Luís Nobre Costa, Pedro da Veiga, Jaime Santos Júnior e Joel Pina, gravou fados antigos e novos, destacando-se “Diário” e “A Festa É de Lisboa”, bem como “Lá Porque Tens Cinco Pedras”, criação de Amália Rodrigues.

A vida de Teresa Siqueira passou, não só pelos palcos, mas também pela gerência de uma casa de fados. Em 1993, e por mais de dez anos, assumiu a gestão da “Taverna Do Embuçado”, em Alfama.

No dia 27 de Junho de 2008, no âmbito da “Festa do Fado”, incluída na programação das Festas de Lisboa, foi a convidada especial dos filhos, Carminho e Francisco Rebelo de Andrade, num concerto muito especial.

Apesar de não ter feito uma carreira discográfica extensa, Teresa Siqueira manteve-se sempre ligada ao Fado, quer no elenco de várias casas de Fado, como a Mesa de Frades, por exemplo, quer através da participação em diferentes galas e eventos. Actuou em nome próprio, a 3 de Fevereiro de 2017, no Pequeno Auditório do CCB, no âmbito do ciclo “Há Fado no Cais”, promovido pelo Museu do Fado e, mais recentemente, a 24 de Setembro de 2020, foi uma das figuras que marcou presença no concerto de homenagem a Joel Pina, por conta do seu centésimo aniversário.

Teresa Siqueira continua a ser, ainda hoje, uma referência no meio fadista, pela voz única e elegância na escolha do repertório.

 

Fonte:

https://www.rtp.pt/rtpmemoria/gramofone/teresa-siqueira-por-joao-carlos-callixto_1189

https://www.museudofado.pt/evento/teresa-siqueira-ha-fado-no-cais

https://www.culturanarua.pt/wp-content/uploads/2018/05/programa-2008.pdf

Teresa Siqueira, 2017, Pequeno Auditório CCB. Foto de José Frade

Teresa Siqueira, 2008, Festa do Fado. Foto de José Frade

Teresa Siqueira, 2008, Festa do Fado. Foto de José Frade

Teresa Siqueira

Teresa Siqueira, retrato para a exposição "Álbum de Família", 2015. Foto de Aurélio Vasques.