27 dezembro, 2016
José Pracana (1946 - 2016)
Despedimo-nos de um amigo, José Pracana morreu na madrugada de ontem, aos 70 anos.
José Pracana iniciou, em 1964, a sua carreira como guitarrista amador, tendo acompanhado assiduamente os fadistas Alfredo Marceneiro, Vicente da Câmara, Carlos Zel, entre outros.
Gravou vários discos como cantor e como guitarrista, acompanhou as vozes de Alfredo Marceneiro, Amália Rodrigues, Alcindo Carvalho, Carlos Guedes de Amorim, Carlos Zel, João Braga, João Ferreira-Rosa, João Sabrosa, Manuel de Almeida, Maria do Rosário Bettencourt, Orlando Duarte, Teresa Tarouca ou Vicente da Câmara, entre outros. Com eles ou como fadista, actuou em Portugal e noutros países europeus (Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Dinamarca, Hungria,) mas também nas Américas (Estados Unidos, Canadá, Brasil, Argentina, Venezuela, México), na África do Sul, no Zaire, em Israel, em Macau e na Tailândia.
Como coleccionador e divulgador do fado, colaborou em diversas edições e programas, desde o ambicioso Um Século de Fado (livros, CD e vídeos) para o Ediclube (1999) até à organização, para a EMI/Valentim de Carvalho, da remasterização digital de exemplares de 78 rpm para as várias edições, em disco, da colecção Biografias do Fado (de 1994 a 1998) a partir dos estúdios da Abbey Road, em Inglaterra. Para a RTP, idealizou as séries Vamos aos Fados (1976) Silêncio que se vai contar o Fado (1992, a convite da RTP Açores) e a mais recente Trovas Antigas, Saudade Louca (esta como co-autor, com Carlos do Carmo, Rui Vieira Nery e Sara Pereira).
Entre 1969 e 1972, José Pracana dirigiu o bar Arreda em Cascais, que abandonou para integrar os quadros da TAP. Em 2007 deu início, no Museu do Fado, a um ciclo consagrado às memórias do fado e da guitarra portuguesa e onde prestou homenagem ao tributo artístico de Armando Augusto Freire, Alfredo Marceneiro, José António Sabrosa e Carlos Ramos.
Em 2005 recebeu o prémio Amália Rodrigues na categoria de Fado Amador e em 2015 foi agraciado pela Presidência da República com a comenda da Ordem do Infante D. Henrique.
Até sempre querido Pracana!